Augusto Inácio, independentemente dos recentes resultados negativos e da actual classificação do Beira-Mar, fica na história do clube. O treinador, que já tinha sido campeão pelo Sporting, fez regressar o clube aveirense ao escalão máximo do futebol português e «deu-lhe» o título de campeão nacional da Liga de Honra, após uma época verdadeiramente notável ao nível dos resultados desportivos. É verdade que o Beira-Mar já não vence há seis jornadas, mas é bom recordar que neste período defrontou os três «grandes». Para além disso, jogou com o «europeu» Braga, perdeu com a sensacional Naval (no período de compensação), e só não ganhou em Leiria porque foi vítima de uma arbitragem desastrosa. Na Madeira perdeu, mas nem por isso deixou de realizar uma boa exibição. Números são números e a classificação do Beira-Mar é claramente má. No entanto, estou plenamente convencido que Augusto Inácio iria dar a volta por cima e manter os «auri-negros» na primeira Liga portuguesa. No período em que esteve à frente do Beira-Mar, nem sempre concordei com as suas opções (o que é perfeitamente natural), mas no global considero que realizou um bom trabalho.
Carlos Carvalhal deixou o Braga sem que se possa dizer que tenha fracassado. Os «arsenalistas» estão a dois pontos do terceiro lugar, foram a única equipa que até ao momento conseguiu derrotar o F.C. Porto e, pela primeira vez na sua história, estão na fase de grupos da Taça UEFA. O problema de Carvalhal foi ter substituído um treinador (Jesualdo Ferreira) que nos últimos dois anos tinha efectuado um trabalho fantástico no Braga. A «herança» era pesada e os adeptos exigiam, no mínimo, uma performance igual há que foi conseguida nas últimas duas temporadas. Aos 40 anos de idade, o técnico bracarense já tem no seu currículo vários êxitos desportivos, como, por exemplo, uma presença na final da Taça de Portugal ao serviço do Leixões e algumas subidas de divisão. Tido como um dos treinadores da nova vaga, parece-me, e não querendo fazer futurologia, constituir uma boa escolha para treinar o Beira-Mar. Acima de tudo, é uma escolha coerente de uma Direcção que já no passado o quis contratar. Carlos Carvalhal é o novo treinador do Beira-Mar e é nele em quem eu, enquanto adepto e sócio, passo a acreditar.
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