quinta-feira, fevereiro 08, 2007
Não
O Aborto é uma questão delicada. Compreendo muitos dos motivos dos defensores do «sim», mas, e podem acusar-me de moralista ou de retrógado, mas revejo-me mais no «não». Parece-me que a mulher tem efectivamente o direito de optar, mas não o direito de optar por um ser indefeso. E um ser de 10 semanas já é um ser. Tem poucos centimetros, mas já tem olhos, pernas e coração a bater. Respeito, como é evidente, opiniões contrárias, mas se viesse a votar «sim», não ficaria bem com a minha consciência. E acima de tudo, esta é uma questão de consciência.
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5 comentários:
Boa noite!
Pedro
Tenho visto e ouvido com frequência na televisão muita malta jovem na defesa do não ao aborto e sempre na representação de um partido politico (igreja incluida).
Não queria por em causa as suas convicções mas gostaria de deixar esta pergunta no ar…
Se hipoteticamente já casados, surgisse uma gravidez de surpresa, e nessa altura houvesse uma casa para pagar, um carro, dois filhos para criar, um salário que teimava em vir fora do tempo e já com alguns meses de atraso, como seria que iriam reagir a esta adversidade?
Será que iriam pensar no não, que durante o referendo defenderam afincadamente e com toda a convicção?
Partiriam para uma interrupção de gravidez numa dessas pseudo parteiras diplomadas?
Ou pelo contrário, iriam a uma dessas clínicas particulares deixar todos os seus bens para poderem pagar o aborto?
Não me parece que a ultima fosse a mais viável.
Este é o meu parecer, e consequentemente o meu sim.
Pedro Santos
Claro que respeito o "não" em certas circunstâncias, quando apresentam uma válida argumentação, o que não é o caso.
O que está em causa não é se concordamos ou não com a IVG.
O meu SIM deve-se a estar convicta de que com melhores condições de aconselhamento, apoio e discussão, pelo menos no que diz respeito ás mulheres de parcos recursos, a IVG, se ganhar o SIM, reduzirá drásticamente. As outras, as que o fazem clandestinamente em clínicas de luxo (portuguesas ou estrangeiras), vão continuar a fazê-lo.
Neste caso, a certeza que tenho, é que a clandestinidade só tem vindo a prejudicar uma vítima: A MULHER. E quantas vezes à custa da sua própria vida!
P.S. - Interessa mesmo é que todos nos manifestemos no próximo Domingo, dizendo o que queremos: que tudo continue com até agora (e desiluda-se quem pense que os apoiantes do NÃO vão passar a ajudar as mulheres desprotegidas) ou se queremos salvar mais vidas: as de muitas dessas mulheres e as das suas crianças.
Eu sou pela vida. Também pela vida das mulheres.
Por isso, voto SIM.
Estes dois comentários desiludam-me bastante... se hipoteticamente!!! surgisse uma gravidez... carro para pagar... é facil, faz-se um aborto mas o carro fica.
... o meu SIM deve-se a estar convicta de que com melhores condições de aconselhamento, apoio e discussão, pelo menos no que diz respeito ás mulheres de parcos recursos... tretas, a justificação é sempre a mesma, sem objectividade, mulheres com parcos recursos, abortos no estrangeiro, má informação, clinicas de luxo... E O DIREITO DAS CRIANÇAS como vocês já foram? Sorte a vossa que coseguiram crescer (mal)!!!!
Acha preferível uma mulher ter uma gravidez indesejada e depois deitar o bebé no caixote do lixo dentro de um saco do supermercado? Acha preferível uma mulher que vive na miséria (de bens e de espírito) criar uma criança que não ama? Qual é o futuro da criança? A toxicodependência? A mendicidade? Chama a isso vida? O problema de muita gente que votou "Não" é não ter consciência destas realidades. Conhecem a calma e o conforto do lar e acham que quem aborta o faz porque se tivesse a criança não podia comprar um carro novo ou qualquer coisa do género. Então e os traumas da criança indesejada? As sovas, os gritos, os mal-tratos e em muitos casos a miséria?
Ainda bem que o teu pensar não se reflectiu na maioria do país, felizmente para todos, especialmente para as mulheres.
Abraço
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