O BM, a EMA e CMA

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As últimas noticias dão conta que o Beira-Mar vai, felizmente, continuar a competir na Liga de honra. Contudo, os beiramarenses têm que estar conscientes que a grave crise que o clube atravessa está longe de ser resolvida e que se esta «batalha» foi ganha, deveu-se ao amor clubista, ao empenho e ao trabalho desenvolvido por um grupo de pessoas a quem todos devemos estar gratos.
É verdade que o Beira-Mar teve nos últimos anos uma gestão cheia de equívocos que levaram à situação actual, mas, verdadeiramente escandalosa neste processo, tem sido a actuação da EMA e da Câmara Municipal de Aveiro.
Relembro que o actual Executivo aveirense ganhou as últimas eleições com base em várias promessas, entre as quais, o fim das empresas municipais. A coligação que governa Aveiro foi eleita no dia 9 de Outubro de 2005 e, até hoje, as empresas municipais não só não se extinguiram, como uma delas ainda conseguiu contribuir fortemente para a situação dramática que o «emblema» mais representativo da cidade atravessa. Refiro-me, obviamente à EMA, e ao vergonhoso incumprimento do que há muito está protocolado entre a empresa municipal e o Beira-Mar.
Compreendo que a situação da Autarquia não lhe permita despender, no imediato, dinheiro para o clube «auri-negro». Não há dinheiro e quando não há dinheiro não há milagres, mas parece-me grave que uma Câmara que ganhou as eleições com base em criticas sucessivas à situação financeira e às dividas e incumprimentos do anterior executivo camarário, passados três anos, não esteja melhor, como ainda consiga estar pior. O que é que mudou? Meus amigos: há clubes em Aveiro que não recebem os subsídios a que têm direito há mais de um ano! Um ano! Os «outros» é que eram irresponsáveis??? A verdade é esta: com Alberto Souto à frente da Câmara Municipal, nunca a situação do desporto em Aveiro, e em particular o Beira-Mar, chegou a este ponto catastrófico. Uma vergonha.

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Voltemos a um passado recente: há três épocas atrás, o Beira-Mar, depois de ter sido campeão da Liga de honra, nunca foi recebida nos Paços do Concelho, como é normal numa situação destas e como, por exemplo, aconteceu no ano seguinte, em Matosinhos, quando o Leixões regressou à I Liga. Em Aveiro não foi assim. Ou seja, o desprezo a que o Beira-Mar é dado pelos autarcas locais não é apenas por questões financeiras. Há coisas que um beiramarense não pode esquecer.

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Mas o Beira-Mar e a Câmara têm hoje um factor em comum: quem dirigiu o clube até há bem pouco tempo e quem manda hoje na nossa cidade são pessoas que foram eleitas pelos sócios e pelos habitantes do Concelho.
O Beira-Mar chegou ao estado que se conhece porque os sócios votaram nos dirigentes que «governaram» o clube nos últimos anos. Incluindo eu próprio. Por isso, eu também sou um dos culpados. Mas já não sou culpado por Aveiro ser hoje uma cidade «parada», já que nunca confiei na grande maioria dos nomes que compõem a Câmara.

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O Beira-Mar também chegou ao ponto que se conhece porque um clube, seja ele qual for, nunca deveria ser dirigido por políticos e por pessoas com ligações à política. E ainda por cima maus políticos. Políticos que há muito que provaram ser maus gestores e incompetentes. Ou será que temos que ter a memória curta e não nos lembrarmos do percurso das pessoas que hoje estão à frente de Aveiro?
Se o Beira-Mar não tivesse tido nos últimos anos vários políticos entre os seus dirigentes (acabaram por sair e estão hoje na Câmara), o conflito com a EMA há muito que deveria estar na barra dos tribunais! Porque é que o Beira-Mar não pôs a EMA em tribunal para defender os seus interesses?