sexta-feira, janeiro 07, 2011
Há quem se revolte com a Festa de S. Gonçalinho actual!
A propósito da Festa de São Gonçalinho,que teve o seu início hoje, recebi um mail de revolta, enviado por alguém devidamente identificado, que julgo não conhecer, dando conta da sua tristeza e da sua revolta pelo estado actual da própria festa!
E o mail «reza» assim:
"Sou residente e natural de Aveiro, mesmo na zona de S. Gonçalinho,
o meu Santo Padroeiro e não aceito que outras pessoas que nem se quer são de Aveiro e outras que são de outras zonas, como por exemplo, da Glória, das Barrocas, da Nossa Sra. das Febres, não contando com os oriundos que não sei de onde vêem, sejam Mordomos do Santo que não lhes diz respeito."
Esta é, de facto, um assunto relativo à festa que me preocupa um pouco. A festa não pode ser «fechada» para si mesma, para as pessoas do Bairro, mas também acho que a Festa tem que manter a tradição e para manter a tradição nada melhor do que ter na sua organização as pessoas que «sentem» o Santo e que sejam mesmo dali. Mas adiante...
"Esta Festa, com muitas raízes e tradições das gentes da Beira-Mar, deixou de ser o que era. Lembramos os nomes que realiazaram no passado esta Festa com muita dignidade: A Prazerinhas, Maria Helene, sua Filha Alda Maria, Rita Faneca, Antonio Lemos, entres outros que de momento não me lembro - só sei dizer que tudo era bem organizado sem espaventos; a Capela era cheia de Flores Lindissimas e cheia de Jarras e castiçais de Prata - os Mordomos dormiam na Capela para segurança, atiravam-se cavacas no último dia da festa (terça-feira) dentro da Capela, haviam cantares e a dança dos Mancos como mandava a tradição, não é como agora que mais parecem ser deficientes a babarem-se todos, é uma vergonha.
Não se faziam Ralis para os vaidosos mas sim, em Dezembro, um cortejo de Pastoras, com os suas oferendas para depois serem leiloadas no Largo da Capela para angariação de fundos para a festa. Agora andam de porta em porta a pedirem."
Vaidade! Há aqui alguma verdade nisto...mas mais do que neste ponto que o mail refere, é a não realização de coisas que sempre fizeram parte da tradição! A tradição não pode ser desvirtuada e a tradição do São Gonçalinho não são apenas as cavacas! Este exemplo do Cortejo das Pastoras é um bom exemplo do que se perdeu. Mas o mail não fica por aqui...
"Esta Festa deixou de ser do povo da Beira-Mar, para ser a Festa da ELITE E DA CAGANÇA DE PESSOAS QUE QUEREM SER VISTAS. A DEVOÇÃO NÃO É NENHUMA, ESTA É A PURA VAIDADE."
Não podemos meter todos dentro do mesmo «saco», mas de facto, já vi gente como mordomo nestes ultimos anos que se estão marimbando para o São Gonçalinho. Tenho a certeza do que digo. Politicos, meus amigos! Politicos! E outros...
E termina assim:
"Também me questiono quem são os Confrades de S. Gonçalinho? Contam-se pelos dedos quantos são da Beira-Mar genuínos - são muito poucos ou nenhuns. É PENA, O SÃO GONÇALINHO NÃO GOSTA DISTO."
Um desabafo, talvez algo exagerado nas criticas, com pontos relevantes e que merecem a reflexão. Não basta as ruas terem mais iluminações, não basta a promoção da festa ser maior, para que o São Gonçalinho seja melhor. A melhor é aquela que defende o genuino, a tradição e que não esquece as pessoas que são dali.
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5 comentários:
Só um pormenor: É normal que na dança dos mancos pareçam deficientes. Um manco é um deficiente...
E O PROGRAMA DA FESTA?
A mim o que me revolta é ver algumas pessoas a atirarem cavacas com força e com intenção de acertar nas pessoas, acho que os responsáveis deviam estar atentos. Temos aqui um colega de trabalho que levou com uma cavaca na testa e teve que levar 7 pontos. São por vezes estas atitudes que acabam com a tradições.
Celina
Também sou da beira-mar, há 34 anos que nasci e vivo na beira-mar, e também me sinto triste ver a festa ser feita por pessoas que não moram nem são da beira-mar.
E já agora e o verdadeiro toque do sino já lá vai até isso se perdeu.
Nem tudo é a verdade pois eu também sou da beira mar crescido no meio do lodo, nas marinhas de sal e nos canais, tendo sido presenteado este ano com o ramo no qual com toda a dignidade, vontade e coração estou a ter a honra de me dedicar nesta tão linda festa. Não é assim tão fácil, tratar dela, mais fácil é comentar. pois eu sugeria que em vês de comentarem tentassem aproximar mais um pouco de nós mordomos pois estamos sempre abertos a comentários e ajudas para então dignificarmos mais a nossa festa. Já fizemos a apresentação de de alguns trabalhos e geralmente são sempre as mesmas pessoas que aparecem quando temos tanta gente como vocês na Beira mar. Não é fácil. Obrigado
Mordomo José Estudante
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