quinta-feira, abril 07, 2011

Uma manhã a pé, por Aveiro

1
Aproveitando o facto de ter uma série de coisas para tratar, optei, esta manhã, por deslocar-me a pé pelas ruas de Aveiro. E muito andei eu hoje a pé!
Comecei por estacionar o carro no parque por trás do «Oita», onde sou recebido por um arrumador português e surpreendentemente simpático e educado. Dei-lhe a totalidade das moedas que tinha comigo (quase um euro) e agradeceu com cordialidade.

2
Vou tomar o pequeno-almoço à pastelaria «A Torre» e por isso opto por atravessar o «Oita». É curioso que apesar anos terem passado e do «Oita» ter deixado de ser o centro comercial de referência que foi no passado, conseguiu, ainda assim, resistir ao aparecimento de recentes grandes superfícies comerciais. São escritórios e lojas de mercado muito específico, como as drogas leves, editoras discográficas, tatuagens, cabeleireiros, aos quais se juntam alguns escritórios e o bar/restaurante Chalet onde costumo ir almoçar frequentemente. Comparado, por exemplo, com o Centro Avenida, mais recente e localizado paredes-meias com o Fórum, o «Oita» está cheio de vida!


3
Uma meia de leite e um croissant prensado com manteiga, constituiu o meu pequeno-almoço na pastelaria «A Torre», em plena Avenida Dr. Lourenço Peixinho, já com a relva crescidinha e verdinha entre as duas vias de paralelo.

4
Passo pelo Parque da Cidade e constato que, apesar do estado lastimoso do seu lago e da necessidade urgente que há em recuperá-lo e melhorá-lo, continua vivo! O parque continua a ser um local óptimo para quem faz jogging e para os infantários levarem as crianças a passearem.


5
Vou pagar as quotas de sócio do SC Beira-Mar e aproveito para meter a conversa em dia com Fernando Pereira, actual treinador dos seniores do Recreio de Águeda. A luta pela subida aos «nacionais» está acesa, mas – e não tendo nada contra a Sanjoanense, nem contra o Estarreja, nem contra o Valecambrense – eu estou a torcer pela formação de Águeda. O Fernando merece.


6
No Estádio, comprei cromos da nova colecção do futebol do SC Beira-Mar, mas como tenho um outro filho no minibasquete do clube auri-negro, sou também «obrigado» a coleccionar cromos da caderneta lançada pela secção de basquetebol. Passo, por isso, no «velhinho» Pavilhão do clube, no Alboi.


7
A meio da manhã, está muito calor em Aveiro. A caminhada prossegue até à pastelaria «Ria Parque», onde paro para beber uma «mini» e passar os olhos no Record. Páginas com a antevisão de mais jornada da Liga Europa, cinco ou seis linhas sobre o futebol do SC Beira-Mar, a vitória do Benfica sobre o Porto em andebol.

8
No Alboi, o povo está unido. São muitas as casas deste bairro aveirense que nas suas janelas contém um papel onde se pode ler «Alboi cortado ao meio, não!» Não podia ser de outra forma. Os «governantes de Aveiro» continuam sem fazer obra, mas o que projectam fazer são coisas que ninguém consegue entender e que qualquer aveirense no seu perfeito juízo critica e condena.


9
Falar de Aveiro é falar dos «Arcos». Aqui, o único sobrevivente engraxador de sapatos teve-me como cliente. Um contador de histórias. Um homem que gosta do que faz, mas que me confidencia que só continua a trabalhar porque precisa! Daí, a sua mágoa por, ainda recentemente, a Câmara Municipal de Aveiro lhe ter aumentado a renda do seu estamine! E como eu o entendo. Um senhor que, no fundo, é uma imagem de marca do centro da nossa cidade, um senhor que acaba por servir de ponto de atracção aos turistas ( «toda a gente me fotografa, como se eu fosse um palhaço»), deveria merecer uma maior sensibilidade por parte dos senhores da nossa Autarquia. Um senhor que é o ultimo a exercer uma profissão em Aveiro, um senhor que tem que trabalhar porque há muito que já devia estar em casa a descansar mas que não consegue sobreviver com a reforma de miséria que recebe, tem ainda que lutar contra decisões da Autarquia que em nada o ajudam.


10
De novo na «Lourenço Peixinho», encontro um colega do Diário de Aveiro e mato saudades dos bons tempos em que trabalhei para este jornal. Prossigo avenida acima e entro no carro. Ligo o ar condicionado e está avariado. Vou trabalhar.

7 comentários:

Anónimo disse...

Falar de SENSIBILIDADE nos dias de hoje significa UTOPIA!
Pensar que muitos dos "políticos"
dedicam alguns dos seus pensamentos aos outros, especialmente aos que mais precisam, é uma UTOPIA ainda maior!
JUSTIÇA não é com eles, INTERESSES PESSOAIS sim!...

Zé de Aveiro

Anónimo disse...

Caro PEDRO
Gostei muito da sua viagem por Aveiro.
Fiquei admirado pelo que nos diz
sobre o ENGRAXADOR dos Arcos
Nunca pensei que o Senhor pagasse
renda do local
Vou tentar falar com o Senhor Graxa
e,da parte da Junta de Freguesia
vamos tentar tudo para que a Camara o isente do aluguer.Sera um
acto de justiça por alguem que
ainda faz parar os turistas
Joao Barbosa Pres.Junta Vera Cruz

Barba azul disse...

Bem Hajam o Pedro - pela maneira construtiva e positiva como regra geral expõe aqui assuntos interessando à cidade e à qualidade de vida dos aveirenses (bom exemplo do que deve ser a "cidadania") e o Senhor Presidente da JF da Vera Cruz - pela sua atenção à defesa dos cidadãos da sua freguesia e aos interesses gerais!

Anónimo disse...

Só faltou dizer que o arrumador tinha "fato e gravata".
Em relação ao "dar moedas" a esses Gentlemen's só leva mais a que a autarquia Aveirense acabe de vez com todo e qualquer estacionamento GRATUITO na cidade e insira portagens para se entrar. Então andam uns a lutar para que se tenha menos despesa e compactuasse com o estacionamento pago? Se perguntar "que horas são?" a um qualquer sujeito na rua e se for "bem atendido" vai dar-lhe uma moedinha? Enfim! Haja dinheiro!

Anónimo disse...

Amigo Pedro
Tem de estar mais atento a pormenores e denunciá-los como por exemplo
O abandono do Jardim e do Parque da cidade.
O sitio do engraxador serve à noite para guardar bolos que não se venderam no dia.
O tal relvado verdinho serve para os cães ires passear e sem sacos.
Os carros andam nas zonas pedonais sem qualquer respeito pelo cidadão e estacionam etc etc etc e mt mais

Anónimo disse...

Eu compreendo o último anónimo a falar assim e a pedir ao Pedro para ser mais atento e denunciar as situações, é porque ama esta Cidade concerteza,mas o Pedro se falar .......também ninguém o ouve.

Anónimo disse...

O povo do Alboi continua unido.Mas o Élio e os seus pares não ouvem ninguém. Tanta coisa para fazer nesta cidade, arranjos de estradas, conservação de monumentos, habitação degradada, zonas verdes e eles preocupados em alterar a zona do Alboi, contra vontade dos residentes e dos Aveirenses. E ainda mandam vir um arquitecto do ESTRANGEIRO, para fazer o estudo mais dinheiro a sair e nós a pagar tudo mais caro.