segunda-feira, agosto 12, 2013

Uma pré-época que envergonha a história do SC Beira-Mar

O SC Beira-Mar inicia hoje a participação na II Liga, depois de um defeso futebolístico e de uma pré-época marcada por episódios sucessivos verdadeiramente decepcionantes e vergonhosos como, aliás, nunca me lembro de assistir desde que sou sócio do clube.
Poucos dias depois de estar consumada a descida de divisão, eis que surge Majid Pishyar a descansar os sócios, que a intenção era construir uma equipa forte, competitiva e capaz de lutar pelo regresso ao primeiro escalão do futebol português. Estava consumada a primeira grande mentira deste defeso. Os dias seguintes mostraram uma realidade diferente. O SC Beira-Mar foi a penúltima equipa a anunciar o treinador, a pouco mais de uma semana do início da II Liga, tinha apenas 15/16 jogadores e o investimento em jogadores experientes e de qualidade foi nula. A aposta na «prata da casa» acabaria por surgir em sequência de uma mentira, ou seja, a aposta em treinadores com passado no clube, a promoção de vários ex. juniores e a oportunidade que estava a ser dada a jogadores que pouco tempo de competição tiveram na época passada, não foi algo premeditado, não foi algo que tenha surgido com base num plano organizado, mas tão só, consequência de uma SAD na «corda bamba» e que há muito se viu não estar interessada em fazer crescer o emblema aveirense.
Ainda assim, Jorge Neves «pegou» numa equipa curta, da qual restam apenas dois ou três titulares do ano anterior (Rui Rego, Nildo…), composta por jogadores até aqui sem espaço no clube (André Sousa é o melhor exemplo) e por apenas dois reforços, oriundos dos escalões inferiores, e a verdade é que, surpreendentemente, o SC Beira-Mar já se apurou para a segunda fase da Taça da Liga e tem que conseguido mostrar ser competitivo. Muito mérito para Jorge Neves e para um grupo (curto) de jogadores humildes, sem «nome», mas com vontade de honrar a camisola e singrar no futebol português. O melhor desta pré-época foi mesmo os treinadores e os jogadores, o resto… mas os beiramarenses não se iludam, porque no futebol não há milagres e os adeptos têm que perceber que começar um campeonato com apenas 18 jogadores disponíveis e com apenas 2 avançados que no ano passado eram mais do que reservistas (Batatinhas fez zero golos e Tiago Cintra chegou a ser emprestado), é bastante complicado.
Mas pior, muito pior do que a questão futebolística, foi assistir à novela protagonizada pela SAD e pela Direcção do clube.
A Direcção, cansada das mentiras e do incumprimento do investidor iraniano, decidiu pedir insolvência da SAD; esta continua a defender-se, alegando que tem vindo a pagar as dividas e que quem não cumpriu foi a Direcção ao não conseguir, entre outras coisas, passar a gestão do Estádio para a SAD. Com este divorcio consumado, é o SC Beira-Mar quem paga! Com este cenário único no universo do futebol português, quem sofre são os que gostam verdadeiramente do clube! Tudo isto é triste…a equipa não fez um jogo de apresentação aos sócios, a equipa apresenta-se com uns equipamentos da Hummel e treina com outros da marca Joma, numa prova de total falta de profissionalismo, numa prova de total abandono a que a equipa está sujeita…
Perante tudo isto, como é que querem que as pessoas de Aveiro se aproximem da equipa de futebol? Como é possível o que estão a fazer com a questão dos bilhetes aos Ultras Auri-Negros? Como é possível os bilhetes para um jogo da Taça da Liga não estarem à venda na Casa do Beira-Mar? Como é possível que um jogador para assinar contrato, tenha que ter o aval de dois empresários da bola que, no fundo, são quem também mandam no plantel?
Em resumo: o SC Beira-Mar vai mesmo marcar presença na II Liga mas a grande questão é: chegará ao fim? Se na I Liga, teve ordenados em atraso, na II Liga vai ser melhor? E se o Tribunal de Aveiro der razão à Direcção no que diz respeito à insolvência? Cairá o clube nos Distritais? E os sócios que também autorizaram este pedido de insolvência, por acaso, lembraram-se dos iniciados, dos juvenis e dos juniores, que sem culpa nenhuma, poderão também eles ser relegados para os campeonatos distritais?

Resta-me continuar a confiar em Jorge Neves e na sua equipa técnica, bem como nos jogadores que já deram mostras de serem briosos e excelentes profissionais, para que seja possível continuar a surpreender, até porque, parece-me que esta II Liga, à excepção do Moreirense, não tem nenhuma outra equipa capaz de se catalogar como verdadeiramente favorita à subida.

5 comentários:

Anónimo disse...

Candidatos para além do Moreirense são o chaves, o Viseu e o Portimonense. Mas surgirão certamente outsiders. Nós jogamos para não descer, mau grado toda a fibra e valor dos nossos jogadores e técnico.

Concordo com tudo o que disse.

Chegará algum dia em que nós aveirenses faremos como o Guimarães: apoiar o clube em qualquer circunstância, afirmando o orgulho da nossa pertença, mesmo na derrota (ou na 2ª divisão) como aconteceu no passado sàbado?

Anónimo disse...

É urgente o refrescamento destes dirigentes.
A aposta desta direcção foi um falhanço em toda a linha.

Anónimo disse...

Não foi a pre-época foi o mandato todo, só asneiras.

Anónimo disse...

É tempo de aparecer alguém com coragem e fazer o que é inevitável:acabar com o futebol profissional no Beira até que este tenha condições mínimas para o regresso.O dinheiro que houver que sirva para pagar dívidas e investir na formação do futebol e modalidades amadoras.Só assim voltaremos a ter um clube CREDÍVEL. Custa muito aos aveirenses? Mas é a realidade!

Anónimo disse...

Faça-se uma "Manif" como no Benfas!