quarta-feira, janeiro 10, 2007

O Beira-Mar actual

Os acontecimentos que recentemente assolaram a «vida» do Beira-Mar já foram mais do que suficientemente retratados na blogosfera beiramarense. Os meus parabéns, por isso, ao Sérgio Loureiro e aos autores do «Bancada Norte», «Orgulho beiramarense» e «Pensar à Beira-Mar». São escritos como aqueles que li nestes referidos blogues que me levam a concluir que os verdadeiros beiramarenses não são estúpidos e injustos. São pessoas que se regem por princípios e que não estão habituados a associar o bom nome do Sport Clube Beira-Mar à mentira e às trapalhadas que têm marcado os últimos dias do clube aveirense.

Sobre o momento actual do Beira-Mar, há alguns pontos sobre os quais queria emitir a minha opinião:

A parceria

Que fique bem claro: a Direcção tem total legitimidade para obter parcerias que julgue serem benéficas para o futuro do clube. O que está em causa não é a parceria propriamente dita, mas o timing em que foi efectuada e a forma como a mesma foi concretizada. A actual Direcção, depois de ter criticado Mano Nunes por este ter efectuado no passado uma parceria, que efectivamente não resultou, veio fazer precisamente o mesmo, com o agravante de ter sido feito com base na mentira e a meio duma época em que o Beira-Mar está em ultimo lugar!
A Direcção já explicou que o Beira-Mar não vai perder autonomia e que a parceria não vai trazer encargos financeiros ao clube, mas continua por explicar, o que é que os espanhóis vão querer em troca. Ou os espanhóis decidiram investir no Beira-Mar apenas porque gostam muito do clube?

Carlos Carvalhal

Não pretendo fazer de Carlos Carvalhal o melhor treinador do mundo, prefiro apenas dizer que não merecia ter sido tão mal tratado como o foi em Aveiro. A parceria com um grupo de investidores espanhóis, sobrou para o ex. técnico do Braga.
Carlos Carvalhal não teve tempo para moldar a equipa à sua maneira e quando começava a ter condições para o conseguir (inclusivamente, contrataram-se três novos jogadores com o seu aval), foi «despachado» duma forma muito injusta.

O futuro

Numa altura em que o campeonato vai chegar ao final da primeira volta, ouvimos falar em muitos nomes que podem vir a fazer parte do plantel «auri-negro». Entre saídas e entradas, dá ideia que o Beira-Mar vai ter um plantel quase novo! Daí, eu perguntar: como é que se podem obter resultados desta maneira???
O Beira-Mar vai para o terceiro treinador, algo que nos faz pensar na última época em que desceu à Liga de honra. E se o novo técnico, Paco Soler, salvar o Beira-Mar? E se esta parceira vier a resultar num grande sucesso? Duvido, mas faço votos para que tal aconteça. Gosto muito do Beira-Mar e só quero o melhor para o clube. Agora, não serão os futuros resultados desportivos que me farão mudar de opinião. O que está aqui em causa é algo mais do que simples decisões duma Direcção, o que está aqui em causa é a seriedade e a credibilidade que eu acho que esta Direcção não tem.

A situação financeira

A Direcção do Sr. Artur Filipe muito se tem queixado da crise financeira que assola o clube de Aveiro, mas será que uma Direcção que forma um plantel com quase 40 jogadores tem legitimidade para apontar culpados para a situação actual? Quantos clubes em Portugal têm no seu plantel quatro guarda-redes??? E quanto é que custaram as rescisões dos contratos do Farah e do Danrlei, dois dos vários atletas que nunca deveriam ter entrado no clube? E quem paga o ordenado a jogadores jovens e com potencial, mas recentemente afastados do plantel, como são por exemplo Catchana e Camora? E que legitimidade tem esta Direcção para criticar a Câmara Municipal de Aveiro, quando no inicio de época, em plena conferência de imprensa, surgiu de «mãos dadas» com todo o executivo autárquico aveirense, como se tudo estivesse bem?

Comparações

Hoje, muitos dos que recordam Mano Nunes, são precisamente aqueles que num passado recente o atacaram ferozmente. Não é o meu caso. Apesar de nem sempre ter concordado com as suas decisões, via em Mano Nunes alguém que não estava no Beira-Mar para se auto promover, mas simplesmente para trabalhar em prol do clube. O azar de Mano Nunes foi ter descido de divisão no ultimo ano do seu mandato, e nisto do desporto, tal como em muitas outras ares, já se sabe que o que fica na memória das pessoas são os últimos resultados e nunca o resultado global dum Beira-Mar que dirigiu durante dez anos.
A comparação não tem que ser feita, apenas lembro o nome do anterior presidente porque, ao contrário do que acontecia num passado recente, não me revejo no Beira-Mar actual, um clube sem credibilidade, sem projecto e sem rumo.
Que fique bem claro: nada me move contra ninguém da actual Direcção do Beira-Mar (votei inclusivamente na lista do Sr. Artur Filipe), mas como sócio e adepto do Sport Clube Beira-Mar, vejo-me na obrigação de tomar uma posição. É o mínimo que posso fazer.

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