quarta-feira, agosto 08, 2012

Moliceiros desfigurados

O texto que aqui publico é de autoria de João Francisco Santarém e foi-me enviado porque, segundo o próprio, não conseguiu que o Diário de Aveiro o publicasse.

«Sem mais delongas vou direto ao assunto que me traz aqui. Fui ao longo desta semana que passou lendo no Diário de Aveiro toda a discussão em torno dos Moliceiros. Ora era segurança ou eram taxas de turismo ou também muita demagogia á mistura (conclusão minha). No entanto o Diário de Aveiro em toda esta cobertura, no intuito nobre de informar os Aveirenses diariamente, foi ilustrando os assuntos com fotografias de Moliceiros desfigurados, em cada dia um diferente.” Como cada tiro cada melro, cada cavadela cada minhoca”, vem perpetuando assim aquilo que do pior se faz com o património da ria de Aveiro continuadamente. Mas também me revejo no lugar do fotógrafo que possivelmente terá querido registar a realidade nua e crua, e não escamotear a mesma com a fotografia de um Moliceiro inteiro. Mas o que corre pelo mundo é o que é divulgado pelos órgãos de comunicação social e pelo que os turistas que captam, pouco informados da realidade.

Enquanto uns conservam, restauram, pintam e enaltecem o Moliceiro para uma regata” anual”, esses sim com uma boa conduta respeitando a tradição deixando o seu legado histórico quase intacto como o receberam dos seus avós e pais e recebem em troca uma anulação em cima da hora de uma regata que é a apoteose do seu amor ao Moliceiro e à Ria, outros sem escrúpulos, e com uma falta de respeito desmesurada pelo Moliceiro em nome de uma faturação que é sazonal e bastante concorrida, amputam, desfiguram, decapitam, desrespeitam, tudo a seu belo prazer sem que nada nem ninguém impeça este triste espetáculo degradante que não leva a lado nenhum, antes pelo contrário despromove e ridiculariza o turismo local.

Se não me engano em tempos uma Sra. Vereadora disse que possivelmente teriam que ser imputadas coimas a esses proprietários dos Moliceiros. Ao que parece se alguma vez foram aplicadas, pelos vistos, o crime compensa, pois ele é continuado.

Além destes arrufos autoritários sem qualquer eficácia, o que me incomoda é o assobiar olhando para o lado das entidades responsáveis empoleiradas, como se tudo estivesse bem tornando-se coniventes, promovendo este degradante e triste desfile de Moliceiros maltratados, estropiados e desrespeitados na sua essência que a par de outras embarcações, é das mais bonitas que este país tem. Diz o ditado: Quem cala consente.

Admitindo ainda, que se desfigura o Moliceiro para que passe debaixo de alguma ponte mais baixa, e que essa é a razão, sabemos também que é pontual. Porque não utilizar o Mercantel, que tem uma proa mais baixa, evitando assim o desrespeito pelo Moliceiro derrotando assim, toda a argumentação justificando a desfiguração de um barco que é a nossa imagem de marca, a par de outras não menos importantes?

Uns registam, protegem, certificam lutando pela qualidade e pela tradição, enquanto, outros delapidam destroem a seu belo prazer património como deles se tratasse demonstrando total ausência de princípios civicos e sensibilidade, faltando ao respeito a toda a comunidade envolvente.

Sabemos que este não é o caminho. Há responsáveis e há coniventes por este estado de coisas, há que chamar os” bois pelos nomes.”

Alguém disse: “O caminho faz-se caminhando”.

Este é curto só precisa de ser balizado a bem de todos.»


João Francisco

1 comentário:

Anónimo disse...

Não vale a pena perder mais tempo com este lixo que está à frente da CMA.
São imcompetentes, são desonestos, os funcionários já lhes perderam o respeito pois eles não têem categoria para gerir nada, são caloteiros a tal ponto qwue qualquer dia os empresários que abastecem as cantinas deixam de fornecer alimentos para as crianças e por aí fora.
Não vale a pena perder mais tempo a criticar esta cambada de imbecis.
Se tivessem um pingo de dignidade abdicavam e pediam ao governo uma comissão administrativa o mais ràpidamente possível.
Valha-nos S. Gonçalinho!